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Data da notícia: 7 Fevereiro 2025
Dos Poços da Neve do Coentral avista-se o Pico Areeiro no Funchal
Criada no âmbito da cooperação prosseguida entre o Município de Castanheira de Pera e a Câmara Municipal do Cadaval, culminante no acordo de geminação celebrado a 4 de julho de 2023, a Rota do Neveiro pretende valorizar e divulgar o património histórico, arquitetónico e paisagístico que testemunha a proto-indústria do fabrico de gelo natural nos poços da Real Fábrica da Neve do Coentral e nas geleiras da Real Fábrica do Gelo de Montejunto, como identificativa da autenticidade das memórias do lugares e do seu inestimável valor no empreendimento conjunto do turismo cultural.
Perspetivando-se o futuro alargamento da Rota do Neveiro, assinalámos a honrosa visita da vereadora da Câmara Municipal do Funchal, Nádia Coelho, acompanhada pelo ilustre vice-presidente cadavalense, Dinis Duarte.
A receção decorreu no Salão Nobre dos Paços do Concelho, pela manhã do dia 6 de fevereiro, num proveitoso encontro tripartido aberto ao conhecimento e ao aprofundamento das relações culturais entre os respetivos municípios. A subida ao Santo António da Neve foi o momento alto da preenchida ordem do dia, seguida da visita ao Núcleo Museológico A Casa do Neveiro, no Coentral - Terra de Encantos. Na fachada da antiga sede da Junta de Freguesia, a placa evocativa a Manuel Agostinho Barreto (1835-1911) recorda as origens coentralenses do antigo Bispo do Funchal, suscitando o interesse da comitiva pela obra do prelado.
O património neveiro da Madeira.
Em pleno Parque Ecológico do Funchal, à cota altimétrica de 1630 metros, o Poço da Neve localizado no Pico do Areeiro terá sido construído em 1813, com a função de armazenar a neve e o granizo recolhidos no rigor da invernia. O fabrico de gelo – supomos, seguindo métodos idênticos aos do Coentral e de outros poços neveiros existentes na Península Ibérica – destinava-se a abastecer os hospitais, os hotéis e a confeção de sorvetes nos meses quentes do verão. O transporte do gelo era feito a pé, no alvorecer do dia, utilizando sacos feitos com peles de animais, envoltos em palha e colocados em cestos de vime.